Certo dia, a formiguinha trabalhadeira, quando ia buscar uma semente para o seu celeiro de inverno, foi apanhada por um nevão e o seu pezinho ficou preso na neve. Muito aflita, ela pediu à neve:
- Ó neve, tu és tão forte que o meu pé prendes!
- Mais forte do que eu é o Sol que me derrete! - respondeu a neve.
Disse a formiga, virando-se para o Sol:
- Ó Sol, tu és tão forte que derretes a neve, que o meu pé prende!
- Mais forte do que eu é a nuvem que me tapa! - respondeu o Sol.
- Ó nuvem, tu és tão forte que tapas o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
- Mais forte do que eu é o vento que me empurra!
- Ó vento, tu és tão forte que empurras a nuvem, que tapa o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
- Mais forte do que eu é a parede que não me deixa passar!
- Ó parede, tu és tão forte que não deixas passar o vento, que empurra a nuvem, que tapa o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
- Mais forte do que eu é o rato que me fura!
- Ó rato, tu és tão forte que furas a parede, que não deixa passar o vento, que empurra a nuvem, que tapa o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
- Mais forte do que eu é o gato que me come!
- Ó gato, tu és tão forte que comes o rato, que fura a parede, que não deixa passar o vento, que empurra a nuvem, que tapa o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
- Mais forte do que eu é a mulher que me trata.
- Ó mulher, tu és tão forte que tratas do gato, que come o rato, que fura a parede, que não deixa passar o vento, que empurra a nuvem, que tapa o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
Então a mulher retirou cuidadosamente a patinha da formiga da neve e, assim, ela pôde ir para casa.